domingo, 28 de junho de 2009

DEZEMBRO DE 2002

Há cinco anos atrás, quando iniciei ainda de maneira tímida a construção do meu primeiro blog, onde imaginei que seria apenas um diário, espaço que eu pudesse desaguar toda dor física e da alma que sentia, solidão, mágoas e outras não detectadas, que me torturavam; queria que fosse um canal de lamento como se fossem ouvidos atentos e pacientes de um grande companheiro. Eu pecisava desabafar e os meus "amigos" tinham ido embora.

Hoje posso até entender que realmente é muito difícil se manter ao lado de alguém que antes conhecemos alegre, festiva, pra cima, feliz e "de repente" passamos a ver e ouvir dessa pessoa desânimo, lamento, choro e sempre pelas mesmas coisa.

Os poucos que ficaram, parecia, talvez, por ignorância e não por perversidade, que tinham o prazer mórbido de "dar sermões", dizer "verdades" ou "conselhos" repetitivos de "frases feitas", que não fazem o menor sentido para ninguém, muito menos para quem vivencia um momento ruim.

Não percebem que ao agirem dessa maneira, põe mais peso e empurra a pessoa ao fundo do poço. Porque geralmente esses "falatórios" parecem ter um ar sarcástico de repreensão, com a pretensão de fazer que a pessoa obrigatóriamente reaja; e se ela não o faz, presumi-se que porque é "fraca".

Ignoram toda a história anterior, toda vivência, que imperceptivelmente veio anos a fio "tecendo" silenciosamente o estado final.

Os raríssimos amigos, os verdadeiros amigos, ficam e percebe-se facilmente a diferença no comportamento deles. Vocês identificarão.

Queria falar todas as coisas que me amargavam naquele momento modificado e agravado tragicamente e surpreendentemente naquele 11 de dezembro de 2002, quando ao acordar, pela manhã, - por vota das 6:30h -, ao levantar para viver a rotina de arrumar meus dois filhos menores para irem para o colégio, preparar o café, me arrumar, levá-los ao colégio e de lá ir para o meu trabalho no Centro de Fortaleza - uma ONG, onde trabalho desde março de 1991. Senti uma insuportável dor que irradiava das costas para o pescoço, braço e omoplata direitos. Que me fez cair sobre a cama do meu filho no quarto ao lado do meu.

Minha mãe, que estava em minha casa não sabia o que fazer, porque qualquer tipo de movimento para qualquer lado, a dor atingia um ponto ainda mais doloroso. Uma das minhas filhas gêmeas, a casada, que morava em um bairro perto do conjunto que eu moro; foi a primeira a ser avisada e veio imediatamente.

Porém, ao ver meu estado também ficou sem reação. Minha mãe então liga para a empresa que eu trabalhava para avisar e Carlos Queiroz, que se tornou um grande amigo. Ele era quem liderava nosso setor em nível de Brasil, naquela época, veio imediatamente à minha casa e vendo que não seria fácil me levar até o carro, orientou que pusessem gelo no local da dor das costas. Passados alguns minutos, me disse que eu deveria me esforçar ao máximo e aguentar a dor para que pudesse ser levada ao Hospital. Com muito sofrimento, rodeada de travesseiros e almofadas que me ajudavam apoiar o corpo inclinado para a frente com a cabeça apoiada no costado do banco do carona. Consegui chegar ao Hospital.

Os vários medicamentos e exames diversos na emergência além de um Raio X, não foram suficientes para identificar a causa de tantas dores. Diante desse quadro os médicos resolveram me internar. Passados vinte e quatro horas de internação, embora estivesse sendo medicada, segundo os médicos, com analgésicos e anti-inflamatórios fortíssimos. Eu não apresentava nenhuma melhora, as dores não aliviavam. Até que a equipe resolvera então me anestesiar para ter condições de fazer o exame de Ressonância Magnética, já que eu não suportava a dor para esticar e deitar meu corpo no tubo do aparelho.

Ainda tive um problema, porque o PLANO DE SAÚDE um dos benefícios da empresa, não cobria o anestesista. Tinha então que dar um cheque como caução até discutir o problema com o PLANO, e eu estava sem talão e de novo o amigo, me emprestou um cheque dele. Só então fora detecados: Entre outros detalhes;

  • Desidratação discal;
  • Retificação da lordose fisiológica.
  • protusões discais póstero-centrais C4-C5 e C5-C6. Que reduziam a amplitude do espaço liquórico anterior e impressionando o aspecto anterior do cordão medular.
  • Hérnia discal póster-central e lateral direito nonível C6-C7, onde eram observados extrusão do material discal em situação póstero-central e lateral direito, comprimindo a medula espinhal e reduzindo a amplitude do espaço neuroforaminal adjacente, com compressão da raiz nervosa correspondente.
Aguardem mais um capítulo ....

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