segunda-feira, 15 de junho de 2009

PRIMEIRO EMPREGO - TRENS LOTADOS

Continuando a lembrar: 1975

Aqui fica claro, que temos que plantar para depois colher. Estudar, fazer cursos, se preparar.

Nessa época eu ainda não conhecia, muito menos ouvia falar com tanta assiduidade, como hoje, sobre: Teste vocacional, vocação, planejamento pessoal, missão pessoal. Mas, instintivamente e com Deus me conduzindo, acabava seguindo por caminhos interessante, mesmo que não tivesse consciência clara naquele momento.

Deus sempre insistia em "satisfazer os desejos do meu coração." (salmos 37:4b).

Porque desejo de crescer, de prosperar, intelectualmente, profissionalmente, financeiramente; isso eu sempre quis. Mesmo que me taxassem de sonhadora, num tom pejorativo, eu continuava no meu íntimo acalentando aquele sonho. (Acho que por isso minha mãe sempre gritava comigo: "-menina, presta atenção, vive com essa cabeça na lua!" (hahaha). Eu sempre vivencio aquilo que meu coração quer muito. Até hoje é assim.

Então, em 1975:
Completei 18 anos, eu já não me aguentava mais de vontade de sair de Nova Iguaçu, ir trabalhar. Nunca imaginei trabalhar ali, na cidade de Nova Iguaçu, uma cidadezinha do subúrbio. Eu queria ir para o grande centro do Rio

Deus, como se "amarrou" na minha, já havia providenciado tudo. Já contei que minha mãe trabalhava como corretora no loteamento, onde o gerente, Sr. Elbo, se tornou muito amigo de todos nós. Lembram? Pois é, minha mãe falou pra ele que eu estava querendo trabalhar, ele então me mandou fazer um teste no escritório da “A Rural e Colonização S.A.”, ficava na Av. Graça Aranha, 32711º andar. Eu fui, fiz o teste e deu certo. Comecei a trabalhar em 03 de novembro de 1975, como Auxiliar de Escritório, eu ingressara numa "profissão" que eu queria. Naquela época era o máximo, principalmente para o primeiro emprego.

À primeira vista, podem me rotular de: inconstante, volúvel... Não! São adjetivos muito pesados. Na verdade eu acho que estou sempre a procura de algo mais. Sou muito sonhadora e romântica. Daí, facilmente me deslumbro e me jogo inteira. Mas aí quando a "real bate", quando finalmente me vejo dentro da nova situação, de forma realística, então, percebo que ainda, não é aquilo o que estava procurando; é mais a frente. Só que o discernimento não é claro. Como infelizmente não sou pragmática, permito que as emoções continuem tomando posse do meu leme e me conduzindo meio que sem rumo. Mas, preciso ressaltar, enquanto vivo aquele momento, estou inteira, verdadeira. Até, que mais uma vez, ouço: "não é isso, não é esse seu lugar; existe mais e melhor e é o que você quer, o que vai te fazer feliz, que você vai realizar com prazer, com paixão." É em outro lugar que você tem de estar. Só que esse momento mais racional, é desumano, porque não me aponta de forma clara, objetiva a direção certa. Depois de tudo que fiz? Parecia tão legítimo, tão verdadeiro! Onde está essa razão que tanto ouço falar, de pessoas centradas que sabem o que querem? Pois comigo ela não é clara, não me aponta o norte, a direção certa que eu devo tomar. Só SINTO que não é aquilo. E eu... Esse ser estranho...Nunca sei o que fazer! Ate hoje é assim. E sigo buscando o que quero realizar de fato, o que quero deixar de legado; como Ser Humano, como Cidadã, como Mulher, Mãe, Amiga, profissional, enfim, tudo que nós temos obrigação de ser de realizar enquanto nesse mundo estivermos.


O serviço nesse escritório, era todo manual, claro, ainda não tinha computador - PC - Sigla em inglês para Computador Pessoal, - esse que uma boa parte de nós tem. Minha colega de trabalho, a Elsa, irmã do Elbo, imprimia os recibos de pagamento dos lotes, em um grande mimeógrafo, e eu era responsável por carimbar um a um e por em ordem numérica. "Cara!" Eu acordava "cedão" lá na Vila Marina, pegava um ônibus que levava mais ou menos uns trinta minutos; até o centro de Nova Iguaçu, lá pegava um trem que levava aproximadamente uma hora e meia até a Central do Brasil, isso quando o trem não avariava, pegava fogo, e etc...


E tínhamos de descer no meio dos trilhos muitas vezes entre uma estação e outra, pq essas coisas aconteciam antes do trem chegar a uma estação. Que bom se primeiro ele chegasse a uma estação, parasse e nos avisasse pelo alto-falante:
“- Senhores passageiros, por gentileza queiram se encaminhar até a estação onde estará vos aguardando um outro trem para conduzi-los até o seus destinos.” (risos, quer dizer, gargalhadas). É ruim hein?!

O troço acontecia e ninguém sabia o que estava acontecendo. Poderia ser qualquer coisa, tudo, porque quem anda de trem todos os dias; sabe que ali acontece o inimaginável. Eu assisti desde um "simples" furto de carteira, até gente esfaqueada. Agora imaginem isso tudo acontecendo dentro de um trem em movimento e super lotado.
O que nos restava fazer era ficar olhando para o lado de fora, pelas janelas, pelas portas pra ver que tipo de movimento aconteceria para repetirmos.

Imaginem um trem com oito ou nove vagões lotados.

O pobre coitado do maquinista só poderia avisar as pessoas que estavam no primeiro vagão. E nossa turma nunca viajava no primeiro vagão, medo de uma batida entre trens. Aí, a coisa se desenrolava como no famoso telefone sem fio.

Então, por todos esses motivos, eu já chegava no trabalho morta de cansada e com muito sono. E eu sempre fui “boa de cama” (rsrs), adoro dormir. Como tudo que faço, gosto de fazer com intensidade, com prazer. Resultado; acabava cochilando por cima dos recibos, me lembro claramente, acordava assustada por alguém ter se mexido, falado ou entrado na sala de repente.

A Elsa (me manda cartão de natal até hoje). Isso começou cair na rotina, um marasmo... Só tinha pessoas de idade eu era a única com 18 aninhos. Nossa! Suportei até maio de 1976.

A rotina, dessas longas horas dentro de um trem e sempre no mesmo horário; no meu caso de segunda a sexta-feira, a maioria incluia o sábado. Colaboravam para formarem turmas, e na minha turma tinha um guarda de um Banco (não me lembro agora o nome), que me disse que tinha uma vaga e seria aberta para provas, eu corri lá, me inscrevi, fiz a prova de seleção e fiquei aguardando. Eu sempre perguntava ao meu colega pela minha prova e ele me dizia que eu havia sido aprovada e que tinha chance de ser chamada.

De saco cheio do outro emprego, como todo jovem, impaciente, pedi demissão antes do tal banco me chamar. Esperei...

Um comentário:

  1. Vagões do Metrô, Monotrilho, Trens suburbanos têm cada vez menos assentos
    Esta cada vez mais difícil viajar sentado nos trens em São Paulo. E isso não é só por causa da crescente superlotação do sistema. Dados obtidos por meio da Lei de Acesso a Informação, mostram que os veículos das frotas modernizadas e as composições novas têm sido entregues com cerca de 100 assentos a menos do que os equipamentos antigos.
    Trata-se de uma tendência acelerada recentemente. Nos anos 1980 - segunda década de funcionamento das linhas da companhia, as composições da frota “C” da Linha 3-Vermelha possuiam 368 bancos. Algumas destas ainda rodam naquele ramal. No fim do decênio seguinte, os trens recém-adquiridos para a Linha 2-Verde passaram a apresentar 274 assentos, em um lote que recebeu o batismo de frota ”E”.
    Agora, a quantidade de vagas para os passageiros se acomodarem caiu ainda mais. Por exemplo, quem andar em um veículo da frota “K”, modernizada nos últimos três anos, terá de disputar um dos 264 lugares disponíveis. Chama a atenção o fato de que esses trens, antes de serem reformados e rebatizados, pertenciam à antiga frota “C” com 368. Ou seja, possuíam 104 assentos a mais, com os mesmos comprimentos e larguras dos vagões redefinidos, sendo que as vagas do Monotrilho Linha 15-Prata recém inaugurado, não passam de 120.
    Embora o Metrô, que é controlado pelo governo do Estado, não admita oficialmente, a redução dos bancos em seus trens tem o objetivo de permitir a acomodação de um número maior de pessoas em pé, desafogando mais rápido as plataformas superlotadas das estações durante os horários de pico.
    Conclusão
    “Para o Metrô e CPTM, modernizar é sinônimo de subtrair assentos”.
    Análise técnica
    As prioridades não têm levado em consideração o conforto dos usuários. "Como tudo é dimensionado só para atender à demanda no horário de pico, ninguém depois muda o arranjo e instala mais assentos nos trens”.
    Proponho um sistema de Trens de dois andares com altíssima capacidade de demanda em apoio à Linha 11-Coral da CPTM, para aliviá-la nos horários de ponta. "Esses trens “double decker” utilizariam a mesma linha e maioria dos passageiros viajariam sentados."
    É prioritário para implantação das composições de dois andares até a Barra Funda reformar e ampliar a Estação Água Branca, readequar a Júlio Prestes e construir a de Bom Retiro (que englobaria as seis linhas existentes além dos futuros trens regionais), tal atitude beneficiaria todas as linhas metro ferroviárias, e decentralizaria e descongestionaria a Luz.
    Seria uma decisão sensata, racional, e correta porque falar em conforto para uns e outros irem esmagados não tem o menor sentido. Além de se evitar um risco maior, seria uma forma de aliviar este "processo de sardinha em lata crônico”.
    Idosos
    A Linha 5-Lilás, na zona sul, foi inaugurada em 2002 com trens de 272 lugares. A futura frota que será comprada para circular no ramal, que está sendo expandido para receber mais passageiros, registrará, em cada composição, 236 bancos, a menor quantidade entre todos os veículos do Metrô, com exceção do Monotrilho que tem 120.
    Além do natural envelhecimento da população - segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas com mais de 65 anos de idade no país saltarão de 14,9 milhões em 2013 para 58,4 milhões em 2060 -, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) aprovou uma lei, no fim de 2013, que diminui de 65 para 60 anos a idade mínima para homens andarem de graça no metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), o que deve atrair ainda mais passageiros desse perfil.
    Sem fornecer números, a assessoria de imprensa do Metrô informou que a quantidade de assentos preferenciais nos trens novos e modernizados "É superior ao mínimo estabelecido pela lei". Os dados oficiais indicam que os trens do Metrô carregam, no máximo, até 2 mil passageiros.

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